No cemitério de Marburg, em um dia frio de inverno, uma mulher está em frente a uma lápide, acompanhada apenas por uma desconhecida e por uma sombra que a persegue há muitos anos. Ela decidiu viajar até a Alemanha unicamente para visitar esse túmulo, que guarda os restos do homem que sempre lhe fora um mistério: seu pai. Essas três figuras – a desconhecida, a sombra e o pai – são as respostas para um ciclo de infelicidade.

Já em Neumarket, um menino está enfrentando as dificuldades comuns da adolescência antes de se tornar um homem. De personalidade intempestiva, ele tem ideias bem diversas do pai e do irmão sobre o futuro e pretende colocá-las em ação. Ao mesmo tempo, está descobrindo o amor com uma colega de tranças duplas e olhos intensos. Mas, ao fundo, o nazismo ergue-se silencioso e cruel, ameaçando não apenas sua paixão juvenil e sua liberdade, mas toda a Alemanha.

 

“— O homem que escreveu aquelas cartas não era o homem que conheci; era alguém capaz de amar e lutar por isso.

— Isso é verdade. Ele nunca teve paz, eu acho — assentiu Mia. — Mas amou minha mãe.

— Talvez devido à sua história, o fato de ter vindo obrigado ao Brasil, de sua família ter sido perseguida na época da guerra. Somos o resultado do que vivemos, e eu sou a prova viva disso. Minha mãe me contou um pouco sobre a vida do meu pai, não foi fácil para ele. Agora, lendo as cartas e compreendendo os sentimentos dele por sua mãe, eu acho que entendi.

— Então, me conte — disse Mia, recostando-se na cadeira.

— Eu entendi que meu real objetivo em vir até a Alemanha é perdoá-lo.”

 
 

Inspirado em uma história real

“Um de nós foi feliz” é inspirado nas lembranças de Tania Girke Volkart sobre o relacionamento complexo e conturbado de seus pais. Nascida e criada em Três Coras (RS), Tania teve uma infância dura, permeada pelo sentimento de rejeição e culpa. Este acontecimento desencadeou uma série de questionamentos, traumas e ambivalências ao longo de sua vida, o que tornou o romance de Paulo Stucchi um drama humano.

Tania foi quem inspirou a criação de Susana Schunk, a protagonista da história. Mas a trama familiar dos personagens Jonas, inspirado em seu pai, e Susana é apenas um pano de fundo para transmitir uma mensagem maior: para encontrar a redenção, é preciso passar pelo amor e pelo perdão.

Contexto

A obra é separada em três narrativas que se desenvolvem em locais e períodos diferentes, mas que vão se conectando ao longo do livro. Os principais cenários são as cidades de Taquara e Três Coroas, localizadas no Rio Grande do Sul; e Marburg e Neumarkt, localizadas na Alemanha. O romance conta a vida de Jonas na adolescência sob o contexto da ascensão do Partido Nazista e conflitos políticos que permearam a Segunda Guerra Mundial; a infância de Susana em Taquara; e, mais tarde, já idosa, sua visita a Marburg, onde revive o passado.

 

Palavras de quem leu

“Um de nós foi feliz” fala do poder transformador do amor, mesmo em frente à devastação da guerra, aos pais que perderam filhos e aos filhos que perderam seus pais. É uma jornada de humanização de um pai ausente, uma instigante viagem ao sul do Brasil, à Alemanha nazista, ao passado e às memórias, sempre em busca de paz.

MARCOS PIANGERS palestrante e autor best-seller

Romancear uma história real é tarefa complexa até para escritores mais experientes: como encontrar o fino equilíbrio entre realidade e a ficção? Ao reconstituir o passado de uma família, Paulo Stucchi adiciona suas próprias emoções e palavras, de modo a contar a trajetória de suas personagens com maior fidelidade e precisão. Uma grande história de amor alinhada à história recente da humanidade.

CLAUFE RODRIGUES jornalista, compositor e poeta

 

Autor finalista do Prêmio Jabuti 2020

Paulo Stucchi é jornalista, psicanalista e escritor. Apaixonou-se pela literatura logo na infância. Aos 16 anos, concluiu seu primeiro romance, O porta retrato, que conta a história de um adolescente que tirou a própria vida e, morto, procurava uma explicação para o seu ato. A narrativa foi elogiada por alguns membros do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Em 2008, vencendo a timidez em se expor, publicou O Natal sem mamãe, que fora escrito originalmente em 2003 para uma peça de teatro. Em 2010, Paulo publicou um enredo policial chamado A fonte. Dois anos depois, apresentou a obra O triste amor de Augusto Ramonet, o primeiro romance de fundo histórico e distribuição profissional. Em 2013, publicou Menina, romance que se passa na Guerra do Paraguai (1864-1870). O livro foi traduzido para espanhol e ganhou destaque na imprensa paraguaia, estando esgotado no país. É também autor de No fundo do rio e A filha do Reich, sendo esta finalista do Prêmio Jabuti em 2020.

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